Exu - Bara - Elegbara
Exu é uma das forças mais poderosas e essenciais dentro das tradições afro-brasileiras e africanas. Conhecido como o mensageiro entre os homens e o sagrado, Exu é aquele que abre os caminhos, guarda as encruzilhadas da vida e ensina sobre as escolhas e consequências. Longe da visão distorcida que muitos ainda carregam, Exu é a energia da comunicação, da ordem, da dinâmica da vida e do equilíbrio. Sem Exu, nada se movimenta, nada se realiza, pois ele é quem conecta os mundos e permite que a vontade divina se manifeste na matéria.
No Brasil, dependendo da tradição, Exu também é reverenciado como Bará ou Elegbará, nomes que refletem variações culturais, mas que mantêm a mesma essência: a força ativa que rege o fluxo da existência. Bará, cultuado especialmente nos rituais de nação, é visto como o grande senhor dos caminhos e das passagens, aquele que protege as portas e garante que o que deve entrar, entre, e o que deve sair, parta. Elegbará, por sua vez, reforça essa imagem de "senhor da comunicação" e da interação entre as energias do mundo espiritual e do mundo terreno.
Com sua natureza vibrante, Exu ensina a importância da responsabilidade sobre nossas escolhas e a sabedoria de trilhar nossos próprios destinos com consciência. Ele não pune, mas responde à ação com a reação justa e necessária. Celebrar Exu, Bará ou Elegbará é honrar a inteligência, a vitalidade, a justiça e a comunicação entre todos os reinos do ser. É reconhecer que, para qualquer pedido chegar aos Orixás, primeiro é preciso saudar aquele que guarda e conduz todas as passagens da vida: Exu.
Saudação
Na tradição da Umbanda e das religiões de matriz africana, as saudações carregam profundo significado e são muito mais do que simples palavras: elas são reconhecimentos da força, da presença e da divindade que se saúda. Quando dizemos "Laroyê Exu", estamos saudando a energia de Exu em sua manifestação mais viva e dinâmica. "Laroyê" vem do yorubá e pode ser traduzido como "Salve o mensageiro!", "Salve aquele que é o dono dos caminhos!" ou "Exu, o Senhor da comunicação e do movimento, seja exaltado!". É uma saudação de alegria, reverência e reconhecimento da importância de Exu para que tudo se abra, se movimente e aconteça.
Já "Exu Mojubá" é uma saudação de profunda reverência e respeito. "Mojubá" significa, em yorubá, algo como "eu te reverencio", "eu te respeito profundamente", ou ainda "receba minha homenagem, meu pedido e minha saudação". Ao dizer "Exu Mojubá", o praticante reconhece não apenas a força de Exu, mas sua sabedoria, sua justiça e seu papel fundamental como intermediário entre os homens e o mundo espiritual. É uma forma de pedir licença, pedir bênçãos e mostrar que ali existe fé e respeito verdadeiro.
Juntas, essas saudações mostram que, para que qualquer caminho se abra, para que qualquer oração chegue aos Orixás, é preciso primeiro reconhecer aquele que guarda as encruzilhadas da vida. Dizer "Laroyê Exu!" e "Exu Mojubá!" é afirmar a vida, a comunicação com o sagrado e a confiança nos caminhos que se abrem à nossa frente.
Cores e Sincretismo
As cores que costumeiramente são associadas a Exu são: Vermelho, Preto e Amarelo. O Vermelho simboliza a vitalidade, o fogo da vida, a paixão, a força de ação e o dinamismo de Exu. O Preto representa o mistério, a proteção, a sabedoria ancestral e a força invisível que age nos bastidores da vida. O Amarelo remete ao dourado que está ligado a nobreza espiritual, poder e realeza cósmica.
O sincretismo de Exu é extremamente forte com Santo Antônio, o dia de comemoração de Exu mais associado é 13 de Junho devido ao sincretismo.
Dia da Semana
O dia da semana associado ao culto da Orixá dos Caminhos é a segunda-feira!
O seu elemento é o Fogo e a Terra atua no sentido divino da execução da lei e da ordem.
Cristais associados a Exu são: Turmalina Negra, Laterita/Yangui, Pedra da Estrela e outros.
Ervas
Algumas das Ervas associadas a Iansã são: Aroeira, Gengibre, Arruda, Limão, Akokô, Mamona e outras.
Curiosidade
Os animais associados a Oyá são: Galo, Bode, Cobra e Gato Preto.
Qualidades e Falangeiros de Exu
Dentro do culto do Candomblé se é cultuado as Qualidades/Caminhos dos Orixás em quanto na Umbanda costumeiramente se cultua os falangeiros destes, vamos conferir agora quais são:
Explicando!
Guardada as devidas diferenças e ressalvas, tanto nas qualidades como os falangeiros, são entrecruzamentos energéticos, aonde a energia do Orixá Ogum se encontra com a energia de outro Orixá.
Qualidades:
Qualidades de Exú, em energia pura de Exú:
Exú Yangui, Exú Agbà:, Exú Okòtò, Exú Oba Babá Exú, Exú Odàrà, Exú Òsíjè:, Exú Elérù, Exú Enú Gbáríjo, Exú Elegbárà, Exú Bárà, Exú L’Onan, Exú Ol’Obé, Exú El’Ébo, Exú Alàfìá, Exú Oduso.
Exús que acompanham vários Orixás, ou seja intercruzam energias:
Exú Akesan, Exú Jelu ou Ijelu, Exú Ína, Exú Ònan, Exú Ajonan, Exú Lálú, Exú Igbárábò, Exú Tìrírí, Exú Fokí, Bára Lajìkí, Exú Sìjídì, Exú Langìrí, Exú Álè, Exú Àlákètú, Exú Òrò, Exú Tòpá/Eruè, Exú Aríjídì, Exú Asanà, Exú L’Okè, Exú Ijedé, Exú Jinà, Exú Íjenà, Exú Jeresú, Exú Irokô, Exú Odará.
Falangeiras:
Os falangeiros de Exu da Umbanda, são os nossos amados Guardiões e Guardiãs que se manifestam em Giras e Consultas dentro de um Terreiro de Umbanda que nos direcionam, dão caminho, nos corrigem, nos cobram, nos abraçam, nos dão a mão para levantarmos ao cairmos, que nos ajudam em nossa evolução e aprimoramento espiritual, que tanto se fazem presentes em nossas vidas, através de suas gargalhadas, como por exemplo; Tranca Rua das Almas, Maria Padilha, Exu Caveira, Dona 7, dentre tantos outros nomes que esses seres de luz carregam.
Símbolos
As armas de Oyá/Iansã são o Ogó, Faca e o Tridente.
Como atuam os falangeiros de Exu?
Dentro de um terreiro de Umbanda, os falangeiros de Exu são entidades espirituais que trabalham diretamente na proteção, abertura de caminhos, defesa espiritual, cura e justiça. Eles não são o Orixá Exu propriamente dito (o Orixá é uma força divina, regente da comunicação e dos caminhos), mas espíritos elevados, que atuam na linha de trabalho de Exu, com características humanas — e que alcançaram grande sabedoria espiritual através de suas experiências.
Cada falangeiro — como Exu Tranca Rua, Exu Marabô, Exu Mulambo, Pombagira Maria Padilha, entre tantos outros — atua dentro de linhas vibratórias específicas, mas todos têm em comum algumas missões:
Proteção espiritual: São grandes guardiões do terreiro, dos médiuns e dos consulentes. Trabalham “do lado de fora” do campo espiritual, protegendo contra obsessores, energias negativas, demandas, inveja e ataques espirituais.
Abertura de caminhos: Atuam diretamente desbloqueando energias estagnadas na vida dos consulentes. Podem abrir caminhos para o trabalho, amor, saúde, negócios, reconciliação pessoal e crescimento espiritual, sempre dentro da Lei Divina.
Justiça e equilíbrio: São entidades que restauram o equilíbrio onde há injustiça espiritual. Muitas vezes atuam neutralizando injustiças, afastando más influências e promovendo a verdade. Eles conhecem as leis do karma e trabalham dentro delas.
Quebra de demandas e limpezas: Exus e Pombagiras falangeiros são chamados para fazer cortes energéticos, limpezas espirituais, descarregos e fortalecimento da aura dos consulentes.
Despertar de consciência: Com sua linguagem firme, direta e muitas vezes provocativa, eles também ensinam as pessoas a assumirem a responsabilidade pelas suas escolhas e a buscarem o próprio desenvolvimento espiritual.
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